Figueiró – Santa Cristina
A Freguesia
Figueiró (Santa Cristina) é uma freguesia de cariz rural, na qual vivem cerca de 2000 pessoas. Nos últimos anos, tem-se assistido ao surgimento de alguma pequena e média industria, especialmente nos ramos da metalúrgica e dos têxteis. É composta pelos seguintes lugares: Aldeia Nova, Andorinhas, Benzendros, Cabo, Cancela, Carreira, Chamusca, Cidral, Cimo de Vila, Costa, Costa da Lage, Cumieira, Devesinha, Eiras, Espanha, Ermida, Frade Martinho, Fonte, Fontelo, Fontes de Vila, Igreja, Lage, Lage de Baixo, Lage de Cima, Lameirinhas, Lamela, Lenteiro, Lodeiro, Lugarinho, Monte, Nogueirão, Outeirinho, Outeiro, Paço, Património, Pessegueiro, Presa, Portos Raposeira, Rechão, Regadas, Ribeiro, Ribeiro do Porto, Rosso, São Bento, São Romão, Santa Marinha, Tábuas, Vila Nova, Vinha, Vessadas.
A cerca de 3 Km da margem esquerda do rio Sousa encontra-se Figueiró (Santa Cristina), uma freguesia do concelho de Amarante, distrito do Porto, que dista de cerca de 13 km da sede concelhia.
O seu orago é, tal como indica o segundo elemento topónimo, Santa Cristina, jovem mártir romana, festejada a 24 de julho. Nascida nos arredores de Boisano, Toscano, aos doze anos, convertida ao Cristianismo, recusou renegar a sua Fé e sofreu inenarráveis martírios. Foi quase destruída para poder morrer. Os seus tributos são uma mó, uma roda, umas tenazes, duas flexas e serpentes que lhe lambem os pés. Quanto ao primeiro elemento toponímico, Figueiró parece derivar “figueirola”, pequena figueira.
A freguesia de Figueiró (Santa Cristina) foi povoada antes da Nacionalidade e pelo que que se recolhe da sua arqueologia e da sua topografia, julga-se que poderá ter sido abrigo de ermitas. A remota edificação no vale fértil, irrigado pelo rio Tâmega, foi, nos inícios do século X, domínio dos grandes senhores locais, donos de inúmeras propriedades e de um considerável poder económico.
As inquirições de 1258, no julgado e “terra” de Santa Cruz de Riba Tâmega, mostram a paróquia formada por seis núcleos de população, nomeadamente: Vila Nova, com seis casais da própria igreja, mas com foro à coroa; Paçô, também com seis casais, todos pertencentes a mosteiros, respectivamente aos de Mancelos, Pombeiro e Telões, e uma igreja , a de São Romão, que deve corresponder actualmente ao lugar com o mesmo nome; além de um casal da igreja paroquial, todos eram foreiros à coroa, Carapeços, com sete casais, igualmente pertencentes aos mosteiros de Mancelos e ao de Travanca; Outeiro com quatro casais, todos da estirpe dos “Cunha”; Lages, com um Mosteiro, o de Mancelos, sem foro; e, por último, Paçô (outro), com cinco casais, dos mosteiros de Mancelos, Travanca e Freixinho e de uma Dona Estefânia, todos sem foro ou honrados. A nível senhorial, julga-se que as honras de Carapeços e Paçô tiveram as suas origens na casa dos Sousãos.
Eclesiástica e administrativamente, a freguesia de Figueiró (Santa Cristina) foi uma abadia da apresentação do padroado real e pertenceu ao concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega, aproveitando o Foral Novo dado a este concelho, por D. Manuel I, a 1 de novembro de 1513. O concelho foi extinto em 24 de outubro de 1855 e, a partir desta data, Figueiró (Santa Cristina) passou a pertencer ao concelho de Amarante.
Património construído
Do património religioso da freguesia, destacamos naturalmente a Igreja Matriz. É do século XVIII e mantém a sua traça original, apesar de restaurada. Conserva o Altar-Mor inicial em talha trabalhada e também uma pintura no teto, alusiva a Santa Cristina. Embelezam o interior da igreja dois “serafins” (representações plásticas ou picturiais de Anjos) em madeira, nas escadas de acesso ao Altar-Mor.
Uma outra existe em Figueiró (Santa Cristina), no cemitério, mas não é utilizada, conservando no seu interior apenas um Santo.
Quanto a casas de interesse arquitetónico encontramos a Cas de Nogueirão (que antigamente teve capela), e a Quinta de São Bento, no lugar do Outeiro. A casa desta quinta conserva ainda, um nicho, o Santo, que dá nome à casa. Sobre uma porta, pode ver-se a inscrição de “758”, que deverá ser a data da construção da casa (séc. XVIII). Ao que parece, terá sido o Bispo de Lamego, que aí viveu, o responsável pela construção da casa e campos contínuos.
A “Eira dos Mouros” é um local de interesse a visitar na freguesia. Localiza-se no Monte de Santa Marinha e é hoje propriedade de um particular. Antigamente, as pessoas utilizavam-na para pôr o milho a secar e para fazer magustos.
Património natural
Rio Odres, afluente do Rio Tâmega
Eira dos Mouros
Artesanato
Os bordados demonstram qua a alma da freguesia está hoje bem viva. Em Figueiró (santa Cristina) facilmente se encontram as bordadeiras sentadas num pequeno banco, à porta de suas casas, a executar o seu trabalho com mestria e qualidade, ainda hoje muito apreciado, mesmo além fronteiras, embora o fabrico seja em menor quantidade. Os pontos mais utilizados são: “rechelieu”, “ponto cheio”, “ponto areia”, “ponto de cruz”, “crivo antigo”, “ponto roda”, “ponto aranha”, e “ponto de alinhavo”.
Festas e romarias
8 de Dezembro: Festa da Imaculada Conceição.
Antigamente, neste dia, realizavam-se grandes festas visitadas por muita gente das freguesias vizinhas. Ao cair da noite, eram acesas as fogueiras onde as pessoas se juntavam para dançar, cantar e dar viva à Imaculada Conceição. Pelas 20horas era tocado o sino para que as pessoas acedessem velas em suas casas e fosse lançado o fogo de artifício, por toda a freguesia.
Atualmente, ainda se fazem alguma fogueiras e se deita algum fogo de artifício.
Gastronomia
Fumeiro
Cabrito Assado
Cozido à Portuguesa
Caldo Verde
Vinho Verde
Figueiró – Santiago
A Freguesia
Figueiró (Santiago), foi outrora, uma vigararia da representação do Marquês de Penolva, no antigo concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega, ao qual pertenceu até à sua extinção, em 24 de Outubro de 1885. Pertence, desde essa data, ao concelho de Amarante, assim como a sua vizinha Santa Cristina de Figueiró, pois ambas até aí faziam parte do concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega.
No ano de 1701 foi feita uma delimitação da freguesia. Tal iniciativa coube aos seus habitantes. Estes, e conjunto com o seu pároco, juntaram as pessoas mais antigas da freguesia e de freguesias vizinhas, para que fosse possível, o mais fiável possível, tal delimitação.
Neste documento que, actualmente, se encontra na Torre do Tombo em Lisboa, constavam 15 marcos fixados aquando do inventário e os lugares onde se situavam esses marcos. Assim tínhamos perto da chamada “ Casa do Reinuco” e vai até à Ventosela, fazendo assim partilha da nossa freguesia com a de Vila Cova; separando Figueiró da freguesia de Santão encontra-se um marco junto da Fábrica de Metalúrgica “Ferfor”, na Serrinha.
Outro marco passa pelo Ribeiro e vai até ao bairro, Penedo do Lobo, separando assim esta freguesia da de Santa Cristina. Para separar Mancelos de Figueiró existe um marco que vai da Serra Àgua e Leite até ao Alto do Rato.
Do Alto do Rato até ao Marcos de Pereira e deste até Carão de Montoso, existe um marco que separa Figueiró com Freixo de Cima.
Antigamente, Figueiró possuía terras que hoje pertencem a outras freguesias, nomeadamente Santa Cristina, mas também possui actualmente terras outrora pertenciam a outras freguesias.
Existe até uma lenda alusiva ao “Roubo” de Santa Cristina a Figueiró. Conta-se que, antigamente, se faziam procissões de Figueiró a Santa Cristina e vice – versa, mas, para que a Santa ao entrar na Igreja de Santa Cristina tivesse direito de sair teria de entrar de traseiras.
Como o povo de Figueiró e o de Santa Cristina não se entendiam bem, aproveitaram o facto da Santa numa dessas procissões ter entrado virada para a frente e então nunca mais a deixaram sair de lá, ficando Santa Cristina a ser também uma freguesia independente de Figueiró.
Quanto a património histórico nesta freguesia podemos encontrar a Igreja Paroquial que foi construída em 1727, no entanto a sua torre apenas foi concluída em 1791. Na parte frontal existe, em azulejos, a figura de S. Tiago a cavalo, de espada numa das mãos, na outra o escudo com uma cruz ao meio e debaixo do cavalo dois guerreiros caídos por terra.
Nesta pintura o Santo tem chapéu na cabeça e está calçado de botas altas.
Esta Igreja foi já restaurada e por isso, portas e chão não são os originais. Porém, o tecto mantém-se todo em madeira, pintada à mão representando ao 12 apóstolos estando o padroeiro, S. Tiago no meio.
O cemitério que foi construído em 1782 no monte de S. Miguel o Anjo. Aí foi feita uma capela. Já sofreu várias remodelações estando previsto o seu aumento, para mais do dobro, num curto espaço de tempo.
Outro local de interesse é a capela de Sampaio. Foi feita no séc. XII. Era aqui que os frades do Convento de Mancelos vinham celebrar missa. Junto à capela podemos observar um cruzeiro em pedra, símbolo da crença do povo. Figueiró é também rico em casas ilustres. Assim temos o “Solar de Cabeceiras”. Sabe-se que pertenceu a famílias muito ricas, possuindo, por isso um bonito brasão.
“Casa do Castelo”, assim chamada porque se pensa que, no lugar onde está construída, existiu um castelo. Possui brasão, mas talvez como símbolo religioso de cruzadas e não como marca familiar.
A “Casa do Monte”, a “Casa de Sampaio”, estas e as anteriores possuem capela particular.
Há ainda a “Casa Melo” e a “Casa do Bairro” que embora não possuam capela têm também uma importância, longa e antiga história.
Há ainda a “Casa de Pousada”, chamada assim porque era aqui que os peregrinos que iam a pé para S. Tiago de Compostela em Espanha, pernoitavam e aproveitavam para passar também por S. Tiago de Figueiró.
Agustina Bessa Luís, uma das mais ilustres escritoras portuguesas de todos os tempos, glória da nossa literatura, que em Figueiró viveu algum tempo, do que muito nos orgulhamos, classifica esta freguesia da seguinte forma “Terra de convivência e portanto de condescendência e de perdão, gosto de imaginar Figueiró com uma capela e bordadeiras sentadas às portas puxando a linha…
Caracterização
Actualmente Figueiró é uma freguesia que dista 12km da sede do concelho e está situada a cerca de 4,5 km da margem direita do Rio Sousa.
Confina com várias freguesias. Assim é separada pela EN 15 da freguesia de Santão – Felgueiras; limita a nascente com a freguesia de Mancelos, a sul com a de Santa Cristina, a Norte com vila Cova da Lixa – Felgueiras, a noroeste com a de Freixo de Cima.